segunda-feira, 16 de abril de 2007

Saudades da Estiva

Unida pelo texto, a família assenta-se e resolve em boa e contínua conversa tecer comentários sobre a vida. O pai, um filósofo, é o equilíbrio das forças e das idéias. A mãe sonha revoluções, a filha dá vazão ao espírito. Entre o café e alguns caldos, dias e noites vão alimentando causos. Todos deixam à mesa com uma história a compor. Dias depois..."Bruno, dá uma lida aqui! Que você acha dessa história? Você já leu esta?"
A história continua felizmente entre domingos aos pares. Esqueço-me dos problemas, da vida em trânsito e acredito na minha própria história. Tem sentido escrever. Nada é mais literário do que acreditar amigos, trocar vozes aos ventos e palavras às folhas. O papel empresta-nos momentos de rara felicidade e essa família já compôs seus mais lindos versos numa mesa entre os aromas do café e de, às vezes, porque nenhum escritor é de ferro, uma suculenta prosa com cachaça e carne ao tempero do cronista.

Ramos, Bruno Resende - 16/04/07
Saudades da Estiva
Homenagem ao Textos Conjugados
Revista Contos

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